em defesa da minha avó: ela nao me obrigou a comprar bijouterias, disse que era para eu comprar o que eu quisesse. isto me deixa muito culpada, e eu nao aguento mais me sentir culpada.
agora, está muito claro que eu moro em sao paulo para realmente poder viver a minha vida. para quem vem de uma família tao "gente boa", parece exagero, mas nao é. se eu fosse igual a eles, seria fácil. mas nao sou. e se toda vez que convivo com eles tenho que entrar em conflito simplesmente para exigir que me dêem o direito de escolher sobre minha própria vida, é melhor continuar em sao paulo.
eu nao aguento mais a culpa que me é jogada dia após dia aqui. a mae me diz que vou entender quando tiver filhos. talvez. mas vou tentar lembrar de tudo isso e aprender alguma coisa. eles acham que nunca erraram. e eu sou a egoísta, individualista, que quer mais é que todo mundo se exploda. entendo, a paternidade/maternidade é um exercício meio autoritário e eu até agradeço. mas o mandato deles terminou, quem manda neste barraco sou eu. imagino o que aconteceria se eu fosse realmente egoísta, se eu resolvesse que vou largar tudo e me juntar a um circo itinerante ou se eu fosse mesmo doida. mas todas essas exigências sao para uma pessoa tranquila, formada com louvor, mestranda, dedicada, que faz pouquíssimas loucuras na vida, que só namora neguinho gente fina, que nao é nem gay -nem isso eles foram obrigados a entender! só porque tiveram que entender que eu faço cinema e nao direito, arquitetura ou outra coisa normal como os filhos dos amigos deles, acham que já sao compreensivos demais...
isto aqui já está com cara de roteiro de novela das 6. ou pior: malhaçao. chega!