livro de areia - reloaded

mais vale um caralho de asas na mão do que dois voando

30.11.02

onde foi que eu errei? (perguntam os pais, diante do monstro que criaram)

césar giobbi, hoje, no estadão:
Os crimes bárbaros que tomaram conta dos noticiários nas últimas semanas, nos quais adolescentes assassinaram pais e avós por motivos fúteis, têm chocado a sociedade. Mas essa mesma classe média e privilegiada que reage com extrema indignação e horror a estes fatos não parece se importar quando das primeiras manifestações de condutas anti-sociais de seus membros.
Um leitor relata o que lhe aconteceu, quarta-feira, quando passava em frente ao prédio de número 94, na Rua Carlos Sampaio, às 14 horas. Ele foi atingido por um disparo de espingarda de chumbinho no rosto bem ao lado do olho esquerdo. Quem atirou imediatamente se escondeu e, quando ele tentou falar com os responsáveis do prédio, foi informado de que o condomínio nada poderia fazer, pois não teria como saber de quem se tratava.
Foi então ao posto policial, na Bela Vista, onde o avisaram que ia ser difícil se fazer alguma coisa, porque ele não sabia quem tinha feito o disparo.
Analisando a situação, quem apertou o gatilho da espingarda de chumbo, provavelmente um adolescente, ficará impune. Quando mudar o calibre de sua arma e seguir o exemplo dos enlouquecidos franco-atiradores americanos, os pais, que provavelmente deram a espingardinha ao pequeno delinqüente, vão aparecer no Jornal Nacional, chorando, dizendo que foram surpreendidos por uma mente doente e, provavelmente, drogada.



29.11.02



notícias de uma guerra muito particular

essas imagens do tiroteio entre polícia e traficantes, que a globo com certeza vai repetir em muitos telejornais, são um ótimo pretexto para relembrar certos episódios. no ano 2000, depois do lançamento do documentário, o joão moreira salles foi indiciado por "favorecimento" ao traficante marcinho vp. o cineasta havia dado uma "bolsa" mensal ao traficante, para que ele escrevesse sua história e, na visão do cineasta, se mantivesse distante do crime. legal ou ilegal, a atitude do cineasta, que foi condenado a cumprir trabalhos socias, foi usada desavergonhadamente pelo então governador anthony garotinho, esse inimputável, para desviar a atenção do estado de calamidade em que se encontrava a polícia civil do estado, atolada em corrupção até o pescoço. posando de homem mui justo, o inimputável governador cedeu às pressões da polícia e demitiu o subsecretário de segurança para o combate ao tráfico, o sr. luiz eduardo soares, que, dois dias antes, havia denunciado em alto e bom som a "banda podre" da polícia carioca.

eu morava no rio, naquela época, e me lembro bem da foto aí de cima, primeira página do jb do dia 18/3/2000: em frente à secretaria de segurança, dezenas de policiais comemoravam a saída de soares. qualquer pessoa com um QI acima de 15 se faria a óbvia pergunta: por que tanta felicidade? não sei, mas acho que é porque sabiam, todos, que a esculhambação voltaria a reinar tranqüilamente. pelo resto do governo de little boy, ele alardeou "estatísticas" de paz e segurança pública que caíram por água a baixo no primeiro dia do governo de benedita da silva. mais uma vez insultando a inteligência da população, atribuiu o caos à governadora, que, nem que fosse sobre-humana, conseguiria ter gerado aquilo ali em alguns dias.

no dia 7 de outubro, é possível que tenha sido feita uma foto semelhante à daí de cima: alegres e satisfeitos com a reeleição de garotinho, oops, a eleição de rosinha garotinho, policiais corruptos e traficantes fizeram a festa. daria para fazer outro documentário. mas, bem de documentários, os governos cariocas estão cheios. afinal, além do notícias..., que, na verdade, se passa em 97, teve também o ônibus 174. este precisou ser judicialmente impedido pelo garotinho de provar matematicamente sua enorme incompetência para governar, mas, para meio entendedor, meia imagem e meio depoimento bastam, e está tudo ali.


notícias de uma guerra particular

para quem já teve o privilégio de assistir ao documentário notícias de uma guerra particular, do fofo-mor joão moreira salles e da kátia lund, as cenas que o jornal hoje, da globo, exibiu, de tiroteio entre os pms e o tráfico não é novidade nenhuma. como diz o título, o filme mostra o que todo carioca mais ou menos atento já deve ter percebido: que palestina, que nada! a guerra é aqui! e o buraco é bem mais embaixo, pois não adianta dar território, ter intervenção, conversa. o conflito é bem mais complicado e, se tudo for feito certo, vai demorar algumas décadas para resolver.

é por isto que eu não amo o cidade de deus. a história do início do tráfico mais parece uma estratégia administrativa audaciosa, do que o complexo efeito de 500 anos de injustiça social. bom, depois de mais de uma semana de discussão na lista de e-mail da minha família, eu estou um pouco cansada de defender outras visões cinematográficas do mundo. então, deixa pra lá.


28.11.02

cachorrossauro rex - parte final (ou: uma história de natal)

aos 45 do segundo tempo, eis que o vizinho da frente achou um lar para o rex. não é um laaaar, mas é melhor do que o centro de controle de zoonoses, que chegou a vir buscá-lo (mas não conseguiu levá-lo, sob mais um barraco do prédio inteiro). segundo os moços da carrocinha, o prazo para a execução do ser canino era de 10 dias. ufa!

hoje de manhã, o vizinho da frente socou o rex no carro e o levou para uma fazenda em jandira, seja lá onde isto fica. socou, porque ele não queria arredar pé e, segundo testemunhas, foi bufando de raiva. confesso que perdi o sono e, entre acordar cedo para me despedir dele e vê-lo sendo despachado à força para um lugar que não necessariamente vai acolhê-lo carinhosamente, eu preferi continuar dormindo e lembrar do nosso cachorro de uma maneira mais feliz.

a coisa mais legal de tudo isso foi a união do prédio. antes do episódio poster do lula, eu mal conhecia qualquer vizinho. depois do rex, todo mundo se conhece. nada como um cachorrinho em perigo para gerar cumplicidade entre humanos. anteontem, no meio da tarde, depois da carrocinha ter sido mandada embora, eis que ouvimos ganidos do rex. em 30 segundos, metade do prédio descia correndo as escadas, esbaforido, e se encontrava na porta, se interrogando: o que foi que houve? o que foi que houve???, as pessoas se perguntavam, querendo saber se era a carrocinha ou algum dos inúmeros inimigos do rex. nem um, nem outro: o monga do rex tinha prendido o rabo no portão da garagem. quando alguém esclareceu isto, foi um tal de neguinho se sentar nos degraus da escadaria, com a mão no coração, meio rindo, meio assustado, olhando uns pros outros. conversamos, repassamos o plano de levar o rex para a tal fazenda, fizemos carinho no rex e nos despedimos. fechando a porta e deixando o rex na garagem, eu brinquei:

qualquer coisa, late, tá, rex? que a gente vem te salvar.

risos.

tenho certeza que, hoje, tá todo mundo que nem eu, meio tristonho pela ausência do rex. e um pouco mais cúmplice e tolerante, mesmo que seja por causa de um cachorro.


rio de janeiro, rio de janeiro... - parte IV

para não dizer que eu não falei de flores...

se tem uma coisa que eu adoro no rio de janeiro -já que não vale dizer que é a paisagem- é a relação do carioca com a praia. quem é de fortaleza sabe que ir à praia de jeito nenhum implica em: pisar na areia, tomar sol, nadar. aliás, muitas vezes, já achei que se tirassem a areia, o sol e o mar, boa parte dos fortalezenses iria achar um grande progresso. para quem não conhece, o programa de praia, em fortaleza, consiste, basicamente, em ir a um dos bares/restaurantes da praia, muitas vezes sem nem mesmo pisar na areia ou colocar roupa de banho.

a relação do carioca com a praia é o oposto e -ah!- como eu adoro ficar contando aqueles cariocas que saem de casa para a praia apenas de sunga: sem short, sem camisa, sem boné, sem chinelo, sem carteira, sem lenço e talvez até sem documento ou dinheiro no bolso. o negócio é dia bonito, areia, mar, canga, guarda-sol, bixcoito grobo e mate. cariocas não gostam de dias nublados. mesmo (com raras exceções). depois da praia, quem sabe, uma subida às paineiras. e se não der pra ir à praia, vale aquele passeio pela orla, para recuperar as energias.

nem tanto à terra, nem tanto ao mar. literalmente. acho os dois modos praianos interessantes e quem já torrou sob o sol de ipanema lembrando de um peixinho frito, caranguejo e cerveja gelada trazidos pelo garçon sabe que o aparato cearense, às vezes, faz falta. e vice-versa. bom seria ter os dois, viva a diversidade! a diferença, contudo, acho que é mais assim: em fortaleza, a experiência da praia é mais privada, no rio, ainda é essencialmente pública. e isto, no brasil, eu acho muito determinante (com toda a seleção natural que o posto nove opera, de um jeito ou de outro).


26.11.02

rio de janeiro, rio de janeiro... - parte III

antes de qualquer coisa, um disclaimer: eu adoro o rio, voltaria mais vezes, se pudesse, e sempre fico com saudade.

isto posto, vamos aos fatos: 1 ano morando e trabalhando no rio foi suficiente para destruir alguns mitos sobre a cidade. e reforçar outros. o mito do carioca aberto e simpático foi por água a baixo, mas esta teoria é mais complicada. agora, o mito do carioca ixpierto, que passa a perna em mané, ah, este vive, alegre e serelepe.

como eu sou uma pessoa "meio" ranzinza, desconfio que todo mundo que só passou férias no rio não bota muita fé na minha teoria de "paulistana" sobre como é absolutamente impossível esperar alguma coisa de bom da dinâmica carioca de trabalho e prestação de serviços, com raras exceções. pois bem, o namorado, com sua infinita boa vontade, era um desses: não desmentia, pois não tinha argumentos, mas me dava aquele olhar meio de banda, como quem pensa, ih, lá vem...

em algum momento entre os taxistas que acham que estão te fazendo um favor gigantesco em ter troco para R$10,00, carros sobre todas as calçadas, o cara da padaria te enganando, a lavanderia que pede 3 dias para entregar duas camisas lavadas e passadas, alguns garçons que você tem que pegar no laço, as recepcionistas antipáticas e os motoristas que até hoje não sabem para quê serve a alavanca da seta e que passam o trajeto inteiro do ponto A ao ponto B xingando os outros motoristas enquanto mudam incessantemente de faixa, o namorado mudou de opinião.

do meu ponto de vista, há até alguns progressos: nunca tinha visto nenhum carioca com saquinho de plástico na mão para catar o cocô do seu cachorro, e, desta vez, vi vários (deve ser o medo de pagar mico no quadro da regina casé no fantástico); havia mais taxistas gente fina do que pilantras -o que nos levou ao galeão era exemplar; os garçons cearenses estão cada vez melhores, sobretudo se a gente se identifica como conterrâneo. há sempre louváveis exceções ao jeitinho e que, no caso do rio, se destacam facilmente.

depois de um ano tendo que partir do princípio de que, em sendo possível, eu seria sacaneada nos meus contratos de trabalho (como, de fato, fui, em diversos níveis), vir trabalhar e, de modo geral, ter relações profissionais em são paulo foi um grande alívio. e quando alguns amigos e conhecidos autenticamente cariocas reconheceram o fato, me dei por convencida de que a lei do mais ixpierto é a pior coisa do rio de janeiro. claro, não precisa padronizar tudo com um atestado ISO e perder a leveza, a cadência, o charme. mas deve haver alguma outra solução.

(quanto ao mito do carioca aberto, simpático e sempre alegre, bastou assistir a edifício master e conviver com alguns espécimes de idade avançada em copacabana para o namorado se convencer de que o verbete Solidão não apenas é conhecido, como também é muito utilizado. agora, que lugar fascinante esse rio de janeiro...)


cachorrossauro rex - parte II

o tempo urge: o vizinho da frente está tentando levar o rex para um novo lar antes que a carrocinha -aka centro de controle de zoonoses- venha buscá-lo. meu coração está (quase) partido...


ansiedade é quando sempre faltam cinco minutos para alguma coisa
(or something like that, segundo adriana falcão)


rio de janeiro, rio de janeiro... - parte II

eu esperava esbarrar com o moreno. tinha a sensação de que, sim, iria esbarrar com o moreno. passei a viagem ouvindo não basta ser inteligente/ tem que ser mais do que o outro/ p'rele te reconhecer... para atrair bons fluídos e esbarrar com o moreno. e -pimba!- não é que eu esbarro? infelizmente, não com o moreno, mas com o kassin, um dos outros +2. ou pelo menos eu acho que era ele... mas já é um começo (só falta eu esbarrar com o outro +1 e...)

(ps: também andei atenta para ruivinhos nos arredores da puc, porém, nada de amarante... ok: eu estava muitíssimo bem acompanhada, pra que conste nos autos. era só... curiosidade.)


rio de janeiro, rio de janeiro... - parte I

o rio de janeiro continua lindo. já as cariocas... sinceramente, acho que já foram mais bonitas. ou isto, ou eu errei de posto: será que o nove já não reúne os mais belos espécimes da fauna local? em todo caso, acho que deve ser o bobs, o mcdonald's e a coca-cola contribuindo para a proliferação da celulite. eu nem entrei em depressão, até fiquei só de biquini e -em tempos siliconados- consegui angariar alguns olhares para os -onrrom- air bags...

ou será pior: só sobrou mulher bonita na -irgh!- barra???


cachorrossauro rex

alguém conhece um abrigo de animais que possa recolher o rex? ou melhor: alguém quer adotar o rex? antes que aconteça algo mais grave e eu -que um belo dia chamei a polícia contra um garotão babaca que disse que ia matá-lo- tenha que responder pelo assunto, ele precisa ir para um lugar seguro. aqui no prédio, sem ter quem cuide dele direito, não dá mais (e eu estou de coração partido, vendo a hora dele ser recolhido pelo centro de controle de zoonoses -nome pomposo para a velha carrocinha- e aí, só Deus sabe o que pode acontecer com o rex...)

(ps: não confundir o rex com o internacionalmente conhecido gordinho, que é o enrugado aí debaixo, e que mora em fortaleza, no solar dos ferreira & gomes, sob carinhosos e dedicados tratos. o rex é um cachorro que a gente recolheu aqui no prédio, vacinou, deu banho e tudo, mas que já não cabe mais aqui...)


25.11.02

gordas poses inéditas: agora, com legenda!


?...


HEIN?


ME ERRA, PÔ!


GRRRRRR...

(presente da irmã)



20.11.02



minha alma canta.


19.11.02

a lição de casa do júnior. esse menino é mesmo muito prendado...

(mais uma dica da editora)


18.11.02

boicote os anticópias já (e mande os tribalistas tomarem no piiiiiiiii!!!)

eu já estava buscando explicações elaboradas para boicotar o cd dessas três malas-sem-alça tribalistas (quatro, segundo o mundo perfeito), até que meu roomate colocou o cd no meu impecável mac e a coisa não tocou. descoberta: a coisa tem um mecanismo anticópia que, entre outras coisas, impede que ele toque apropriadamente no mac.

não bastava os caras serem muito babacas e fazerem uma musiquinha xarope, agora, eles apóiam o uso desse mecanismo cretino que usurpa o direito de quem tira 30 contos do bolso para comprar a música deles? vá tomar no c..., meu! o disco é meu, eu copio se eu quiser! se eu vou vender ou não, é outra história!

se os beócios engravatados das gravadoras -e os pseudo-artistas que beijam suas mãos- passassem tanto tempo diminuindo o preço dos cds quanto eles passam procurando formas de torná-los invioláveis -ou inventando letra de música idiota-, tudo daria certo.

(ps: o cd, na verdade, não é meu, porque eu não compraria um cd desses três nem a pau. questão de honra, antes do anticópia. tem muitas outras coisas para eu dar meus suados 30 dinheirinhos. eu havia pensado, de fato, em copiá-lo. mas, depois de ouvi-lo, a duras penas, só uma música escapou: já sei namorar. só uminha. mas nem esta mais eu gravo. me recuso. boicote total. até porque não dá. então, tribalistas babacas, perderam uma ouvinte. para sempre.)

17.11.02



quão ecológica é sua vida cotidiana? faça o teste e descubra o quanto nossa rotina de comida empacotada, transporte individual e lixo não-reciclado está lascando nosso lindo planetinha... se todo mundo levasse uma vida como a minha, nós precisaríamos de 2.7 planetas para dar conta!!!

(ps: isto NÃO É mais um teste de internet!!!)




da série homens inexplicavelmente ma-ra-vi-lho-sos: moreno veloso

ele pode até ser filho do caetano veloso, mas o importante é: não é filho de paula lavigne! com ele cantando tudo fica mais bonito quando você está por perto..., eu não me responsabilizo pelas minhas atitudes!




ha, ha, ha...


16.11.02

here's the rest of your fur coat. chocante demais para ser exibido livremente aqui, sobretudo se você é terminantemente contra o escalpelamento de animaizinhos inocentes.

(fonte: outro blogueiro contra o uso de peles)




há certos dias que só o angeli salva...


15.11.02

os renatos

duas das melhores descobertas de 2002 têm o nome renato. uma é o renato braz...


quero ficar com você
e é tão fundo
que eu posso dizer
que o fim do mundo
não vai chegar mais

quero ficar com você
e é a glória do saber querer
com longa história
pra frente e pra trás

não quero que o nosso amor
seja um buraco no não
mas sinal na trajetória
da vida e da canção
marca de queda e vitória
na palma da mão
sombra, memória e porvir do coração

não deixe que o nosso amor
seja um corisco no caos
mas passos da liberdade
pisando seus degraus
feito de momentos bons
e de momentos maus
de descobertas, de ventos, velas, naus

(quero ficar com você, de caetano veloso, na linda e majestosa voz de renato braz)



castidade

você acredita em sexo?
(pergunta de namorado)


livre de remorsos, tomo tudo e nada te dou.

te quero devagar e para sempre
-meu amor-
do outro lado do mundo mas por inteiro.
algo menos ou mais que tua alma
eu não aceito, porque me dissolve.

(querida,
acho pouco lamber ferida. vem ser isenta
comigo.)

luiza franco moreira




gisele bündchen fur scum!!!

depois, elas não querem carregar o estigma de burrinhas, tolinhas, alienadinhas... fraulein bündchen não achou nada demais ter fechado um contrato para posar para uma grife que usa pele de animais:
Eu sou a pessoa que mais gosto de animais no mundo. Eu estou apenas fazendo meu trabalho. Sou uma modelo. Eu nem mesmo uso peles. Eles só querem chamar atenção.

ôooo, tadinha!... mas, gisele, é justamente chamar atenção o que eles querem, afinal, é um protesto!... e se essa moda do estou apenas fazendo meu trabalho pega, o que é que o fernandinho beira-mar não vai sair dizendo por aí?...




rio de janeiro

por enquanto, ainda em p&b. tomara, de fato, em alguns dias: cores. e ao vivo. mais lindo do que nunca (sem clichê. e dá pra ser sem clichê?)

(ps: créditos da imagem)


14.11.02



ontem foi um dia agitado: além de ter meu artigo publicado -ei, eu me empolgo, tá?-, dei uma entrevista no programa de rádio do meu amigo guga, aí em cima. algo entre o mico e uma experiência muito legal. tem dias tão engraçados na minha vida...


se você jurar...
... que me tem amor, eu posso me regenerar...


13.11.02

meu artigo sobre o Madame Satã no jornal O Povo.


12.11.02

hmmmm... not so ugly... para alguém tão analfa quanto eu, i mean... (deixa pra lá que eu não terminei o meu capítulo, viciada nisto aqui, mas...)


tchan-aaaaam!!!


(este blog está em fase de remodelação estética, sob as mãos de uma pessoa apenas vagamente alfabetizada em agatêemeele...)


cultura inútil

para dar pinta de mudérna-intelectual, dicas culturais que ninguém pediu:
no cinema: fale com ela, do almodóvar (se você já não sabia disto, entrou no blog errado), madame satã, do karim aïnouz, amiguinho cearense (sai texto meu de gente grande no O Povo de sexta. it will be linked, don't worry), o filho, filme que vi na mostra e só Deus sabe quando -se- vai passar em telas comerciais tupiniquins; edifício master, do coutinho, muito aguardado;
no teatro: a importância de ser fiel, texto do oscar wilde, montado pelo grupo tapa (foi engraçado ver a bárbara paz atuando, no teatro... parecia que o supla e o rinoceronte de sunga branca iam aparecer a qualquer momento...); medéia2, antunes filho + CPT, que eu ainda não vi, mas não vou perder;
livro: eu quero ler os sertões, finalmente. alguém quer me dar essa edição nova, linda (não vale a da banca de revista)?
exposição: deve ter um monte aí, eu é que não tô sabendo, tsc, tsc, tsc...

não estou com inspiração para falar coisas profundas e que mantêm minha imagem de intelectual metida, esquerda-pouco-mais-que-festiva. preciso voltar às coisas sérias. como o videogame.


Lulalau!!!
Democracia não rima com vandalismo ou coisa parecida. A Prefeitura contabiliza bancos quebrados, jardins prejudicados, pedras da fonte luminosa arrancadas e roubo de tampas de quadros de medição e relés da Praça do Ferreira. Efeito de comícios ali realizados.

trecho da coluna Vertical, publicada no jornal O Povo, lá da fustialeza, no dia 30/10 último. meigo o título, não? valeu severa reprimenda da ombudsman, pelo menos. alguém ainda tem ética...



jesus cristo super star

do jeito que a coisa vai, os fãs matam o lula antes dele tomar posse... de amor, claro.


9.11.02

feijoada completa

gorda, maravilhosa, suculenta, cheia de temperos. pablo é a melhor companhia. e uma péssima influência: depois da feijoada, ainda arriscamos um brownie com sorvete de creme. subir a ladeira da harmonia depois de tudo isso foi um desafio. tudo revolvia. mas foi ótimo.


7.11.02



alta noite

sempre me compadeci dos caras -dos "manos"- que fazem a segurança do condomínio, sobretudo no inverno. não apenas pelo frio -eu, por motivos bem mais glamourosos, já passei muita noite de frio ao relento-, mas pelo simples fato de serem pessoas ao relento em noites geladas, e todo mundo agir como se não fosse da conta delas. sim, eu também já pensei, "e o que eu posso fazer?", dei de ombros e fui levar minha vida. até que hoje, chegando de uma quase-balada ótema, passei por um segurança todo encolhido de frio ao lado da entrada da minha garagem. bicho, nada seria mais desumando do que fazer de conta que ele não existia, que é o que a gente sempre faz. abri o vidro e disse, retoricamente, "frio, né?". o sujeito, encolhido, concordou, obviamente. perguntei se ele aceitava um café. juro que achei que ele ia dizer não, por um misto de distanciamento de pessoas como eu, timidez, sei lá o quê. mas ele foi sincero, balançou a cabeça com um sorriso levemente amarelo, dizendo sim. subi, fiz café para dois -outro segurança se achegou- e desci. conversei com os "manos" enquanto eles tomavam café.

óbvio, a felicidade deles me deixou feliz, mas juro que tem algo mais. minha tia avó toda noite leva jantar e café para o porteiro da noite do apartamento dela. não é assistencialismo, não. ou talvez seja, um pouco. é mais como passar a olhar para os caras como gente, que nem você. o segurança que fica bem em frente à minha janela é mais velho. muito vagamente, lembra meu avô, há muito anos. em algum momento de devaneio profundo, projetei meu avô nele. se o brasil fosse um país com um mínimo de mobilidade social e aquele pudesse, de fato, ser meu avô... cara, eu ficaria muito feliz se alguém -ou vários alguéns- tivesse a descência -porque é apenas descência- de ajudá-lo num momento de frio, como hoje.

não faço a menor idéia do que está passando pela cabeça dos caras neste momento. talvez, eles me achem uma doida. talvez, eles me achem gente boa. talvez, eles achem que eu bebi, o que é verdade (e é possível que seja o motivo porque só agora tive "coragem"). mas, porra, como eu ficaria feliz, sem subserviência, se alguém se importasse comigo enquanto eu estivesse fazendo um trabalho sub-humano, mal pago, mas que é importante para o bem estar de muitas pessoas...

(ps: eu sei que este momento e, sobretudo, a narração deste momento são duas coisas altamente piegas. ok, eu aceito. mas, nestes Primeiros Dias Para Um Novo País, eu aceito a pieguice como fator de estranhamento. além do quê, eu acabei de ver Habla com ella, e almodóvar é Deus. e, como diria pablo, as performances mínimas são tudo, não adianta negar.)


a frase da noite (desta e da anterior): samba é tudo; nem godard!


6.11.02

depois das eleições, júnior recupera maioria no senado e na câmara, para poder aprovar livremente suas medidas terroristas, digo, "anti-terroristas"



tanta mêda!


5.11.02

a verdadeira cara do psdb no ceará

desde o dia seguinte ao segundo turno, circula na internet uma carta, escrita por um professor da universidade de fortaleza, na qual relata a forma como ele e seu filho, de 16 anos, foram espancados, junto com algumas outras pessoas, perto de uma sessão eleitoral, por uma equipe do batalhão de choque da policia militar de fortaleza. todos estavam com bandeiras e camisas do candidato do PT ao governo do estado -que, vale lembrar, "perdeu" por míseros 3047 votos.

a truculência do governo tucano no ceará não é de hoje. há alguns anos, durante uma ida do vice-presidente à capital, uma manifestação de sem-terras foi reprimida a duros golpes, sentidos na pele, inclusive, pelo namorado e por outros integrantes da comissão de direitos humanos da assembléia legislativa do ceará. há vários outros relatos, recentes e distantes. este último não é um boato da internet, eu pessoalmente já o confirmei com a vítima. 11 pessoas foram espancadas, incluindo um menor. um deles teve a presença de espírito de fazer um exame de corpo delito. a comissão de direitos humanos da assembléia, da oab e o centro de defesa da criança e do adolescente estão tentando fazer com que mais uma demonstração de truculência não caia no esquecimento.

o candidato desse ser desumano, desse crápula autoritário chamado tasso jereissati, dr. lúcio alcântara, prefeito biônico, vai governar o ceará por 4 anos, completando, ao final, 20 anos de governo tucano no ceará. é válido lembrar que, nesses 16 anos, sob a bandeira da industrialização do estado -em que as empresas de tasso jereissati até hoje tem polpudíssimos subsídios governamentais que ele mesmo deu-, o índice de gini do estado subiu e o estado passou a primeiro lugar no ranking brasileiro de estados com pior distribuição de renda. 66% dos chefes de família recebem até 2 salários mínimos, enquanto menos de 1% dos chefes de família recebem mais de 30 salários. mais de 50% da população do estado está abaixo da linha de miséria e todos estes dados são do ibge.

eu o-dei-o o psdb, o tasso jereissati e essa elite nordestina nojenta. muito. imensamente. e enquanto estivermos sob domínio tucano, nosso índice de gini só vai cair, só haverá mais miséria. é por isto que eu voto no pt. e quem quiser discutir em favor do psdb está em maus lençóis.


4.11.02

artigo do eugênio bucci na folha de ontem, sobre essa aparição do lula no jornal nacional, que incomodou muita gente, inclusive eu. muito interessante... abaixo, um trechinho:

Insisto mais um pouco na ambiguidade da noite nupcial. De um ponto de vista mais cético, ela pode indicar a simples absorção do líder-operário-que-virou-presidente pela linguagem melodramática da TV, que sempre concorreu para despolitizar o país. Por aí, a edulcoração da figura do presidente serviria para neutralizar o que há nele de contestador, de grevista, desvinculando-o de sua origem. Mas, como falamos de uma ambiguidade, a noite de núpcias também pode indicar o oposto: um aprimoramento do telejornalismo global. Nascido sob o autoritarismo militar, esse telejornalismo era apenas um melodrama noticioso destinado a produzir o imaginário pacificador para os brasileiros excluídos do poder e da riqueza. Agora, talvez ele esteja mais aberto às contradições reais do cotidiano desses mesmos brasileiros, contradições que não costumavam aparecer na TV.

ps: o artigo está na minha própria página, para facilitar a leitura dos não-uolizados.


alguém tem o caderno mais! de ontem (03/11)? se tiver, guarda pra mim?


reverterium ad locuum tuum

meus restos tentam escrever alguma coisa. mas tá difícil...


2.11.02

ateu, graças a deus

não, eu não sou atéia (atéia?), nem mesmo se eu quisesse. eu sou uma materialista convicta que, sem querer, vive dizendo "se Deus quiser...". como o paulo francis que, quanto mais morto, mais reconquista minha simpatia (afinal, jornalista cricri, por jornalista cricri, nunca se viu nada como o insuportável dioguito mainardi, a mala de veneza, que nem o mesmo bom humor do francis tem. e também não escreveu no pasquim, pra ver seus pecados perdoados quando bater no purgatório. a sorte dele é que, para agüentá-lo, só mesmo uma paciência divina, ou seja, nem o diabo). pois o francis, diz-se, era ateu, mas morria de medo de ir para o inferno. eu também, só que eu sou uma materialista que, de vez em quando, olha para o céu e fala, "ei, psiu... como é, não vai fazer nada, não?"

tudo isso para dizer que eu não sei o que eu de-tes-to mais: o padre marcelo, ou os fundamentalistas católicos que pulam ridiculamente com lencinhos brancos na mão. o alckmim, que nem é alguém que eu deteste loucamente, falou, logo depois de ser eleito, alguma coisa sobre ser a religião a única forma de se ter valores. que coisa cretina!

esse povo que bota Deus no meio de tudo é de lascar! que nem aquelas véias carolas que eu via na casa da minha avó, lá em fortaleza, com aqueles vestidos de algodão e aquele cheiro de talco, que insistiam em beijar a mim e aos meus primos, e a gente, toda vez que via, saía correndo. bem, esse povo que bota Deus no meio de tudo me dá um pânico, um pavor. felizmente, na minha família, todo mundo é cristão autenticamente brasileiro, ou seja, cristão, pero no mucho. minha mãe, um ser humano de incrível superioridade, vai à igreja todo domingo. todo santo domingo. minha avó materna também. mesmo sem entender direito, sei que os materialistas e os católicos-não-praticantes da família ainda têm uma pontinha de satisfação e, por via das dúvidas, é bom que alguém reze pelas nossas almas.



artigo do fofo-mor da família salles -o joão- sobre a vitória do lula. tem que ler.


da dança das cadeiras - prólogo

arrepios! é o que me dá quando começo a ler a disputa, com unhas e dentes, de figutas pegajosas e abomináveis como, ui!, a bancada evangélica do PL, os jurássicos do PDT, o ciro gomes e o inimputável-mor da nação, littleboy, pelas pastas ministeriais. os evangélicos, por exemplo, acham que têm tudo a ver com a área social. o PDT acha que cabe na educação...

rapaz, aí, sim, eu vou começar a ficar com medo do governo. se começar o feirão dos ministérios e pastas como a da educação forem parar nas mãos do PDT, e o social for para a bancada evangélica... ui! outro arrepio...

1.11.02

promessas de campanha

atendendo a pedidos, muitos, venho por meio deste deixar bem claro:

a promessa era de, se o lula ganhasse NO PRIMEIRO TURNO, e não no segundo, eu desfilar DE BIQUINI, e não sem roupa nenhuma, NA POSSE, e não na paulista. entenderam???


a promessa para uma vitória, fosse no primeiro ou no segundo turno, era, simplesmente, de ir para a posse. essa, admito, talvez eu fure. ou não. vai depender das condiçõe$$$.